domingo, 24 de julho de 2011

Black Box Recorder - Inglaterra


Esta é uma banda que não se encaixa na "bundamolice" da atual cena indie. Bom, esse neologismo que usei na verdade foi empregado pelo Regis Tadeu neste excelente texto da coluna do yahoo que você encontra aqui. Enfim, o Black Box Recorder começou em 1998, contando com John Moore, ex-baterista do Jesus and Mary Chain. Neste mesmo ano foi lançado o impactante album "England Made Me". A sonoridade inspirada no trip hop somada a letras absolutamente amargas como de "Child Psychology" - como no refrão: "Life is unfair, kill yourself or get over it". Em 2000 veio o "Facts of Life", com a belíssima canção "French Rock'n'Roll" e no ano seguinte uma coletânea de lados b, remixes e covers: "The Worst of Black Box Recorder". O ultimo álbum oficial foi lançado em 2003 - o "Passionoia" - após esse lançamento, apenas alguns singles foram lançados.  
O Morrissey recentemente disse que "A palavra 'indie' já não tem qualquer sentido. Foi tão usada que as pessoas já pensam que só quer dizer ter cabelo verde", esta banda tem o que mostrar sobre verdadeiro indie pop/rock. É uma pena que aparentemente não há previsão de lançamento de um novo álbum.

Sobre essa declaração do Moz, leia aqui.


APENAS para conhecimento: 1, 2, 3 e 4.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Stolen Babies - EUA



Essa banda foi formada ainda quando os integrantes estavam no ensino médio - tinha um grupo de teatro chamado Fratellis. O nome da banda, “Stolen Babies” era o título de uma das esquetes feitas pelo grupo. Daí vem essa grande teatralidade e alto grau experimental do grupo. Das performances intensas e criativas, boa parte dos adereços e arte de palco são feitos pelos integrantes. Segundo os próprios, bandas que influenciaram o Stolen Babies foram “Oingo Boingo” e “Fishbone”. Uma curiosidade é que cada álbum (menos a primeira demo) tem como capa  arte desenhada por Crab Scrambly, desenhista de quadrinhos com traço bem dark/gótica e que lembra um pouco Tim Burton. O som é um avant garde metal somado ao estilo dark cabaret - o voz de Dominique Persi é muito parecida com a de Amanda Palmer, do Dresden Dolls, que é uma das mais respeitadas bandas "dark cabaret". Lançaram a primeira demo em 2002, mas o único álbum oficial lançado foi “There Be Squabbles Ahead”, lançado em 2006 através do site da banda, sendo lançado novamente no mesmo ano após assinatura com uma gravadora. Este álbum foi produzido por Dan Rathbun, da banda "Sleepytime Gorilla Museum". Depois disso, eles lançaram apenas singles, como,  Grubbery e o mais recente em 2010 - Splatter:




APENAS para conhecimento: 1, 2


Thy Light - Brasil


Depois de algumas postagens "alegrinhas" (esse blog tem ideologia bipolar mesmo), agora eu indico um projeto depressive black metal. O Thy Light é uma banda de um homem só, do Paolo Bruno, da cidade de Limeira, SP. Segundo o próprio, o Thy Light "foi uma coisa que não era pra existir". Como ele complementa: "Eu gravei essas musicas que hoje em dia fazem parte da demo apenas pra me divertir, eu arrumei um meio de fazer musicas que me agradem ao máximo pois mesmo em nossas bandas preferidas sempre achamos algo que infelizmente não gostamos, então eu queria fazer algo apenas pra eu ouvir em casa, daí juntei tudo o que eu gosto, teclados atmosféricos, solos de guitarra, baterias na velocidade da luz, coloquei minhas idéias em forma de letras e gravei. Mas após eu ter gravado e mostrado à algumas pessoas, varias dessas pessoas me incentivaram a lançar essa demo e dar origem à um projeto solo... ai nasceu o Thy Light." A entrevista completa está neste link. As letras são sinceramente desesperadas e liricamente desalentadoras - procure as letras, pois o vocal na maioria das vezes é incompreensível. Existe uma  "lenda" de que o primeiro registro do grupo foi embalado por uma depressão profunda resultante do suicídio de um amigo de Paolo.


http://www.myspace.com/thylight
http://www.last.fm/music/Thy+Light


As duas demos que encontrei: 1, 2.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tom Felton - Inglaterra


Mais uma publicação nerd, agora para os devotos de JK Rowling: dado que hoje estreou o último filme da saga Harry Potter, resolvi publicar aqui algumas gravações feitas pelo Tom Felton - o ator que interpretou o Draco Malfoy. Sinceramente, não achei nada surpreendente nessas músicas - baladinhas com um toque de indie inglês. E também não conseguiria falar de nada extremamente negativo sobre elas - me pareceu bastante "verde", portanto ainda é cedo afirmar qualquer coisa. Na verdade, para meus ouvidos, é mais interessante que muita bandinha indie que está estourada por aí. Espero que ele vá em frente também na carreira musical - e que se desenvolva.

http://feltbeats.com/
http://www.last.fm/music/Tom+Felton

APENAS para conhecimento: 1.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Video Games Live - EUA


Esta publicação tem um tom geek e saudosista: quem não tinha um NES/SNES (no meu caso, ainda tenho meu SNES funcionando!) e/ou jogou Zelda, Final Fantasy ou mesmo Megaman? E claro, sem citar o clássico Super Mario Bros. Bom, então está aqui a dica musical para essas pessoas: Video Games Live: o projeto de Tommy Tallarico juntamente com Jack Wall, ambos renomados compositores de trilha sonora para games. Imagine uma orquestra conduzindo aquelas trilhas sonoras originais agora em som de sinfônico? Ainda este ano teremos apresentações por aqui. Por enquanto, para se ter uma ideia do projeto:

https://www.videogameslive.com

APENAS para conhecimento: 1, 2.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Angizia - Austria



Esta banda pode ser categorizada como "Circus Metal" - de fato, o som lembra aquele clima circense e de certa forma vitoriano - como as operetas do século 19, mas também com toque de metal e clima gótico. Considero uma das bandas mais criativas e inteligentes por utilizar sonoridade além do básico e batido do mundo do metal convencional ou mesmo no mundo gótico. 
Como em peças de teatro, para exemplificar, a banda fez o álbum "39 Jahre für den Leierkastenmann" - uma peça em três atos. Narra os infortúnios de 4 músicos russos e judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Após um longo período (desde 2004 não lançavam novos trabalhos) , no inicio deste ano, foi lançado "Kokon. Ein schaurig-schönes Schachtelstück" - continuando com a sonoridade que não é para gostos comuns - continuando a estranheza, a experimentação teatral e melancolia.

http://www.angizia.com

APENAS para conhecimento: 1, 2, 3, 4, 5, 6.


sábado, 9 de julho de 2011

Suicide - EUA



Suicide é uma banda protopunk nova iorquina composta por Alan Vega, o vocalista, e Martin Rev, no sintetizador e bateria convencional. Foi iniciada em 1970 apenas com apresentações em bares, sendo que o primeiro álbum, o  "First Album", foi lançado sete anos depois. A inspiração para este nome veio de uma hq apreciada por Vega, o Motoqueiro Fantasma (Ghots Rider), onde uma história se chamada "Satan Suicide".  As apresentações sempre ferozes e controversas são características da dupla. Estão na ativa, mas o último álbum de estúdio foi gravado em 2002.

Artistas como Cabaret VoltaireSoft Cell e The Cars se dizem influenciados pelo trabalho do Suicide. Um dos mais ilustres fãs desta banda foi Ian Curtis - segundo Peter Hook em uma entrevista concedida a MTV (o que gerou trocadilho não intencional... está na terceira parte de programa Big Audio): Entrevista
Sobre a musicalidade, o Suicide flutua em sons pulsantes sintetizados, mas se caracterizando mais na faixa minimalista eletrônica, com evidente experimentalismo. Os vocais nervosos ou mesmo murmúrios de Vega constroem algo que nenhuma outra banda conseguiu copiar. Ressalto também que o Suicide foi a primeira banda a usar o termo punk para se descrever; adotaram isso a partir de um artigo de Lester Bangs
Destaco aqui a crônica soturna que é “Frankie Teardrop”, do álbum Suicide de 1977. Aqui é possível sentir as texturas vocais de Vega – do sussurro ao grito desesperado.



APENAS para conhecimento: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

domingo, 3 de julho de 2011

Moda de Rock – Viola Extrema – Brasil


Mais uma descoberta a partir da programação do Santander Cultural. E desta vez é daqui mesmo do Brasil. Destaco aqui este interessante trabalho dos violeiros Ricardo Vignini e Zé Helder. Em "Viola Extrema, estes músicos trazem versões de clássicos do rock e do metal com a viola caipira. Apenas para ser um tanto detalhista, a viola caipira teve origem "nas violas portuguesas, oriundas de instrumentos árabes como o alaúde. As violas são descendentes diretas da guitarra latina, que, por sua vez, tem uma origem arábico-persa. As violas portuguesas chegaram ao Brasil trazida por colonos portugueses de diversas regiões do país e passou a ser usada pelos jesuítas na catequese de indígenas. Mais tarde, os primeiros caboclos começaram a construir violas com madeiras toscas da terra. Era o início da viola caipira.". Ricardo Vignini e Zé Helder possuem trabalhos voltados aos sons de raiz - a verdadeira música caipira - seja como professores de viola, ou com projetos individuais também. Também se dizem veneradores de Tião Carreiro. Ricardo e Zé fazem parte também do Matuto Moderno, tem a proposta de som caipira raiz com uma pegada do rock. (biografia). 
  
É possível encontrar algumas destas musicas nesta página da last.fm, mas sinceramente aconselho a adquirir este CD. Não digo isso apenas por ser realmente um trabalho muito interessante e de qualidade, mas também talentos brasileiros como este devem ser apoiados.


Dos trabalhos solo de Ricardo Vignini e Zé Helder:

Hanin Elias – Alemanha


A Hanin Elias, que nesta foto lembra uma versão macabra da atriz dos anos 20 Louise Brooks, foi integrante de uma das bandas mais inovadoras da década de 1990: Atari Teenage Riot com seu technocore – o hardcore digital. 

Este estilo criado juntamente com Alec Empire deixou o hardcore realmente violento e barulhento, exatamente como o sentimento de revolta e a postura anarquista que o punk rock, por exemplo, nunca mais apresentou. O ATR tem a postura política contrária ao universo da musica eletrônica alemã, que apresentava tendências perigosamente nazistas na década referida. Para ter uma idéia da pancada de sonoridade e da voz revoltosa de Hanin:

Atualmente, a Hanin Elias continua em carreira solo, mesmo ATR tendo voltado a ativa neste ano. O grupo optou pela pausa, que iniciou em 2001 devido à morte por overdose do Carl Crack, o MC do grupo.

Voltando a Hanin: como citado na Wikipédia sobre sua nacionalidade: “Filha de um médico sírio e uma dona de casa alemã, ela viveu na Síria até os 5 anos de idade e depois voltou para a Alemanha.”. Por isso ela tem feições mais marcantes e exóticas que os ordinários arquétipos germânicos.  Hanin tem uma postura feminista e ativa politicamente, sendo considerada uma riot girl. Sobre seu trabalho solo, ela desde 1992 lançou 6 álbuns oficiais, tendo o álbum “In Flames”  duas edições em remix.

O interessante deste trabalho solo de Hanin é ter outros tons de vocal que não seria comum no ATR. Por exemplo, na música “City Lights”, um sussuro sensual ou, como na faixa título “Future Noir”, onde não há gritos, apenas um vocal lindo, mas não menos precioso.
Em março deste ano, Hanin lançou o álbum “Get it Back”. É possível ter uma prévia deste álbum neste link:

Os outros trabalhos, APENAS para conhecimento: 1, 2, 3, 4.

Página oficial: http://haninelias.com
Myspace: http://www.myspace.com/haninelias